segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dicas para escolher uma boa creche para o seu filho






Quando a mãe tem de voltar a trabalhar, surge uma grande preocupação na vida dos pais: escolher a melhor creche para o seu bebé. Na maior parte das vezes, este é um processo angustiante, pois implica a separação indesejada dos pais com os filhos, agravada pela necessidade de deixar o seu tesouro mais precioso entregue a desconhecidos.
Quase perco a conta à quantidade de pais que visitam a creche onde trabalho, com os olhos impregnados de preocupação e desorientação, na busca de um refúgio perfeito para os seus bebés. Percebam portanto, papás e mamãs, que não estão sozinhos! Como nos explica Teresa Bandeira, pediatra da Sociedade Portuguesa de Pediatria, em colaboração com Ana Saianda «Os pais sentem a responsabilidade de assegurar que o bebé fica em segurança e feliz num ambiente acolhedor e educativo». É natural, é saudável, e os anseios e angústias que vos invadem, em alguns momentos irão revelar-se preciosos aliados para que tomem a melhor decisão possível. E é na esperança que todos consigam atingir esse objetivo que eu escrevo estas linhas, para vos tentar guiar através desse processo que é tão difícil quanto importante.
A minha primeira recomendação é que sejam de contentamento difícil. Devem visitar várias instituições, mesmo que o primeiro local onde vá lhe pareça muito bom. Sugiro até, que volte mais do que uma vez para visitar o espaço, em horários diferentes, de forma a ter contato com as diferentes rotinas do local. Leve o pai, leve os avós, leve as pessoas com quem convive mais e em quem confia para o ajudar na sua decisão. O seu bebé merece somente o melhor, e não apenas o aparentemente aceitável.
Quando chegar a uma instituição, peça para falar com a pessoa responsável e faça todas as questões necessárias durante a visita. Já pensou quais as questões que deve fazer, o que é que é mais importante verificar e saber…? Então, os dados relevantes a reter, são os seguintes:
·         Horário de funcionamento (e se há a possibilidade de prolongamento de horário e serviços de babysitting, por exemplo) e período de fecho para férias
·         Mensalidade (aqui, é crucial saber se a mensalidade inclui fraldas, cremes, toalhitas, refeições, papas, biberões, etc)
·         Atividades extracurriculares existentes e preços
·         Acesso ao regulamento interno e projeto educativo (e que tal pedir que enviem estes documentos por email? assim podem visualizar em casa, com calma)
·         Horário para visitas (dê prioridade às creches que lhe permitem entrar no estabelecimento – e nas salas - a qualquer hora do dia, sem aviso prévio, para visitar o seu bebé)
·         Qualidade do espaço e instalações da creche: a organização do espaço e decoração são muito importantes, assim como a harmonia nos mesmos; verifique a luminosidade e se os espaços estão adaptados (casas de banho, refeitórios, etc); confira se o mobiliário e brinquedos são adequados às faixas etárias, assim como se existe música ambiente e ar condicionado; privilegie a existência de espaço exterior na instituição; no caso do berçário, deve verificar se existe copa para preparação de leites e papas, separação com visibilidade entre o espaço de dormir e a sala de atividades e se existe um berço para cada criança, tal como zona de muda de fraldas com banheira)
·         Questões de segurança e limpeza (as tomadas elétricas e demais perigos devem estar fora do alcance das crianças; as esquinas protegidas; devem existir cancelas nas escadas e portas das salas e elevador no caso de ser um espaço com vários pisos; a limpeza dos brinquedos e espaços deve ser realizada diariamente, em alguns casos várias vezes ao dia; devem estar visíveis os extintores, saídas de emergência e plano de evacuação em caso de incêndio)
·       Certifique-se de que a creche tem condições de segurança para impedir o acesso de pessoas estranhas às suas instalações.
·         Deve questionar o número de crianças e adultos por sala
·         As planificações, rotinas das salas e ementas devem estar afixadas (no caso dos bebés mais pequeninos, os alimentos introduzidos costumam ser registados numa tabela, que vai sendo atualizada e as sopas confecionadas especificamente para cada bebé, de acordo com a alimentação que já faz; as restantes refeições devem ser flexíveis e adaptadas, de acordo com a alimentação que quer para o seu bebé – papas, leites, iogurtes, fruta, bolacha, pão – e no caso de ainda estar a amamentar e ter a possibilidade de se deslocar, deve ter a oportunidade de visitar a creche sempre que possível para alimentar o seu filho)
·         Informe-se sobre a comunicação entre a creche e os pais (se existe uma plataforma virtual com as informações diárias – registos de sono, cuidados de higiene e outras informações - da criança, ementas e eventuais avisos, ou se estas informações são entregues em papel ou apenas comunicadas verbalmente no final do dia, por exemplo)
·         Informe-se sobre o período de adaptação (dê privilégio às instituições que lhe possibilitem um período de adaptação prolongado, que permita uma transição serena entre a casa e a creche). Na minha opinião pessoal uma boa adaptação deve conter as seguintes etapas: começar com visitas dos pais com o bebé ao local, desta forma conhecem o espaço e as pessoas e podem interagir um bocadinho e trocar muitas informações importantes; no dia seguinte os pais podem, por exemplo, dar as refeições ao bebé no novo espaço e colocá-lo a dormir; no dia seguinte já se poderão ausentar para um passeio ou uma ida a casa, em que o bebé permanece na instituição e caso o bebé e os pais já se sintam mais tranquilos e adaptados, conclui-se então este período. O período de adaptação deve ser flexível e sujeito a alterações, principalmente de tempo, de acordo com os pais, o bebé e a equipa pedagógica.  


Depois de escolher a creche e no momento da adaptação, é preciso administrar a emoção. O adulto sente mais a separação do que a criança. E esse é um desafio a ser superado. Os problemas normalmente acontecem quando o bebé percebe o estado de stress da mãe e também se agita. O segredo é manter a tranquilidade, transmitindo segurança ao pequeno. Num piscar de olhos os desconhecidos a quem entregou o seu bebé irão transformar-se nos seus maiores protetores, e aquelas paredes responsáveis pela separação, no seu segundo lar, cheio de conforto, cuidados e mimos. Com o passar do tempo, tanto os pais como o bebé vão-se adaptar a esta nova etapa da vida. Depois de algumas lágrimas, o sorriso no rosto dele e a serenidade que lhe vai transmitir ao longo do tempo, vão fazê-la sentir que tomou a decisão acertada. E mostrar-lhe que aquela escolha difícil afinal valeu a pena.


Para partilhar mais dicas e informação útil como esta, criei o projecto Growing Up. 

  

Este projeto surgiu da vontade de querer partilhar informações e dicas, de autoria própria ou retiradas de livros e sites de especialistas do mundo infantil… não deixe de espreitar e seguir as páginas.


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Boa Semana e boas escolhas!
Sara Vieira

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