Até o primeiro ano de idade, o choro vai ser a única forma de comunicação do seu bebé com o mundo. Com 1 ano, começa a balbuciar, ou seja, emitir alguns sons. Quando a M disser pela primeira vez “ma” e/ou “pa”, vibrei como se fossem perfeitos “mamã” e/ou “papá”. E é justamente essa resposta positiva que vai atribuir significado aos sons e estimular o processo de desenvolvimento da fala do bebé.
Numa tentativa de simplificar o entendimento da criança, alguns pais costumam abusar da chamada linguagem tatibitate. Além de falar as palavras incorretamente, mudam a entonação da voz, imitando o filho. Confesso que por vezes também errei ao fazer isto, mas depois de ouvir de alguns amigos meus que os seus filhos de 10 e 11 anos de idade tinham consultas de terapia da fala por causa do abuso desta linguagem em bebés, mudei logo, logo a minha postura procurando falar sempre com a M de forma correcta.
Por mais fofo que seja, resista à tentação de repetir “auá” quando o seu filho estiver a querer dizer “água”, porque isso reforça a pronúncia errada e faz com que ele demore mais tempo a falar corretamente. Não deve, contudo, dizer que ele está a falar errado, para não o deixar inibido, mas sim responder da forma correta: “Queres água, amor? É água que o meu amor quer?”, dando ênfase à palavra em questão. Isso vai fazer com que o bebé continue a tentar falar corretamente até chegar o momento em que vai conseguir.
Metáforas de associação, como chamar o cão de "ão-ão", quando se magoa dizer que fez "do-dói", podem facilitar a vida da criança, porque são expressões fáceis de pronunciar. Contudo e segundo a pediatra da M, diz que não há problema em usá-las para identificar algumas coisas, mas adotar frases inteiras dessa forma é que nem pensar, pois retarda a aprendizagem da linguagem. Pelo mesmo motivo, ela diz que os pais devem evitar os diminutivos, que tornam a conversa com o filho muito infantilizada. O ideal seria adotar frases curtas, simples e claras, como “Aqui está o teu leite”, “Vamos dormir” ou “É hora do banho”. Outra dica é falar com o bebé quando ele está a desenvolver uma actividade, para que possa fazer a identificação futura das palavras com a actividade em causa, por exemplo “Vamos comer uma bolacha (e quando disser bolacha deve repetir a palavra várias vezes e tocar nela para que o bebé faça a relação entre a palavra e o objecto)”, “Que livro tão bonito! (idem do exemplo anterior)”.
A pediatra da M salientou ainda que estas dicas devem ser transmitidas a todos os que cuidam da criança.
Até 1 ano e 6 meses, a criança já fala algumas palavras simples com significado, mas é normal se isso não acontecer até os 2 anos.
Se até os 3 anos a criança fala pouco ou quase nada, então neste caso poderá precisar da ajuda de um especialista, mas sempre indicado pelo pediatra. As razões para isto acontecer podem ser várias. Primeiro, o médico vai descartar problemas neurológicos ou psiquiátricos, como lesões cerebrais, autismo e esquizofrenia. Depois, vai verificar a audição, pois para que a criança desenvolva a fala, é preciso que ela escute bem, afinal, a linguagem é adquirida pela imitação.
Bom, creio que falei de tudo o que sei como experiência própria e o que fui lendo ao longo do tempo. Mas antes de terminar queria deixar-vos algumas pérolas da fala da minha filha M, por vezes não me aguento com tanto rir… E se vissem as expressões faciais associadas às palavras… é demais. Então aqui ficam algumas pérolas:
- Balila = Margarida;
- Momero = Bombeiro;
- Titinho = Leitinho;
- Papeu = Chapéu;
- Caco = Casaco;
- Aua = água;
- Becos = bonecos;
- Papaio = Papagaio.
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